O Carpinteiro da Art Nouveau Organística

Já ouviram dizer que o Órgão de Tubos é um instrumento clássico? Que não se vislumbra a sua evolução para a contemporaneidade, que é um instrumento circunscrito a um determinado público? 

Pois bem, há um “Carpinteiro” (Carpenter) que viu o Órgão de Tubos como um pedaço de madeira maciço no seu estado bruto e decidiu beneficiá-lo com uma construção Art Nouveau organística e desvinculá-lo de “muros” sejam eles as paredes, sejam eles intelectuais. Carpenter é a apoteose do disruptivo nesta área da cultura, secularmente imaculada. O seu olhar provocador já releva ao público a experiência arrebatadora e perfurante que está prestes a viver. O seu estilo inconfundível hodierno e porvindouro aguça a curiosidade sobre a sua performance para os estreantes na plateia. Logo na primeira nota, Carpenter molda a música à sua forte personalidade e ao seu caráter único.

O seu currículo é extensivamente brilhante e a sua leitura obrigatória no seu site pessoal. Mas não é aí que queremos nos focar. 

“ Carpenter é um dos raros músicos que muda o jogo de seu instrumento… Ele é um destruidor de tabus culturais e da música clássica. Ele é tecnicamente o organista mais talentoso que já testemunhei… E, o mais importante de tudo, o mais musical. ”

— O Los Angeles Times

Carpenter é musicalidade.

Carpenter é virtuoso.

Carpenter é único.

Carpenter não desvirtua os compositores clássicos. Veste-os com uma roupagem íntegra, e atribui-lhes um conceito muito próprio. Contemporiza Bach, Beethoven, Rachmaninoff, entre outros tantos. As suas interpretações conferem-lhes uma natureza transtemporal. 

Nos concertos com Orquestra, vemos por vezes os próprios músicos hipnotizados durante os seus solos.

O músico entende, pelo fato de o órgão existir há centenas de anos, que é muito difícil torná-lo numa novidade, quase que falta contexto. Para este inovador, o Órgão de Tubos deve ser algo móvel como todos os outros instrumentos, e dedicou-se a conceber um instrumento digital, um órgão de tubos sem tubos, que acrescentou um episódio à história da música, criou o International Touring Organ (ITO), um órgão portátil em escala real que pode ser desmontado em seis peças para fácil transporte.

Foi o primeiro organista a ter uma nomeação para os Grammys, com um álbum a solo, comparado a Billy Idol, David Bowie e Liberace, é muitas vezes descrito como um “Game-changer”, rebelde, revolucionário, inovador, disruptivo, talentoso, virtuoso, musical, comercial. A abordagem de Carpenter ao órgão e à música clássica é tudo menos convencional. Mas não há dúvida que é um artista de vanguarda, completo, detentor de um estilo inimitável.

Tudo que for dito, não faz jus, há que assisti-lo ao vivo, em Portugal, pela primeira vez, no concerto de encerramento da 4.ª edição do FIOMS no concelho do Porto, dia 9 de novembro às 21h30,  na Igreja da Lapa.

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