O regresso do FIOMS – Festival Internacional de Órgão e Música Sacra é uma excelente notícia para o Porto e para os restantes municípios da nossa Área Metropolitana. Trata-se de uma iniciativa cultural da maior valia, quer pela extraordinária qualidade da programação, reportório e intérpretes, quer pela valorização do património religioso onde os concertos se realizam, quer sobretudo pela divulgação e celebração de obras-primas da música sacra vocal e de órgão.
Por tudo isto, o FIOMS é um evento de referência da agenda musical da cidade do Porto e vai ao encontro dos propósitos do nosso município no que respeita à promoção, divulgação e ensino da música. Temos plena consciência da importância da música para a formação, emancipação e integração do indivíduo. A arte em geral e a música em particular estimulam o desenvolvimento de capacidades cognitivas fundamentais a uma melhor perceção do mundo, a uma melhor compreensão do outro, a uma melhor inclusão na comunidade.
Ora, o FIOMS tem a notável virtude de promover a descoberta de um reportório muito especial, onde história, património, cultura e religião se fundem com génio musical e se traduzem em grandes composições e interpretações. Um reportório que, por todo o contexto histórico-cultural que o envolve, assume uma importância pedagógica e artística acrescida na formação do indivíduo. Neste sentido, o FIOMS é um festival que deve chegar a públicos mais jovens, com vista ao enriquecimento cultural e musical das novas gerações.
Convém, no entanto, dessacralizar o conceito do festival e da música sacra vocal e de órgão. O FIOMS é, para além de um estimulante diálogo com o património religioso, uma grande festa da música. É assim, creio, que o festival deve ser entendido: como uma grande festa, onde cabem todos os melómanos ou simples apreciadores, e não apenas os mais familiarizados com a música erudita. É um festival para fruir sem preconceitos ou baias estéticas, em genuína comunhão com a música.
Resta-me felicitar a organização do FIOMS por esta 3.ª edição e reiterar a satisfação do Município do Porto por acolher e apoiar um festival que muito dignifica uma cidade com uma venerável tradição na música.
Rui Moreira
Presidente da Câmara Municipal do Porto
One Comment
Sem dúvida que é importantíssimo educar os Portuenses para a música de órgão!
Ainda muito que caminhar neste sentido!
Temos um vasto número de órgãos funcionais e outros não funcionais!
Que só nas igrejas as pessoas podem ter acesso pois a (Catedral de concertos) Casa da música nem sequer Pusui um órgão de tubos muito mal pensado!
Contudo entristeça-se me de certa forma tantos estrangeiros quando cá também temos bons organistas! Uma questão de Marting? Não sei!