
“No Labirinto do Som: Órgão entre Séculos, Tradição e Liberdade”
11 Novembro @ 21:30 – 23:00
Este concerto assinala os 25 anos do órgão da Igreja de Cedofeita, um momento especial na história deste instrumento que tem sido fundamental para a vida musical e espiritual da comunidade. Para celebrar esta efeméride, o organista francês Vincent Dubois — co-titular da Catedral de Notre-Dame de Paris e referência internacional — apresenta um programa que percorre séculos e estilos, revelando as metamorfoses do órgão ao longo do tempo.
Desde a rigorosa arte contrapontística de J.S. Bach, passando pelo romantismo expressivo de César Franck e Saint-Saëns, até à virtuosidade de Marcel Dupré e à modernidade rítmica de Maurice Ravel, esta viagem culmina numa improvisação, onde tradição e liberdade se fundem numa criação única e efémera.
Uma celebração do passado, presente e futuro do órgão da Igreja de Cedofeita — um instrumento vivo, sempre em transformação.
PROGRAMA
Johann Sebastian Bach (1685–1750)
Passacaglia e fuga em dó menor BWV 582
Coral « Wachet auf, ruft uns die Stimme » BWV 645
César Franck (1822–1890)
Coral n.º 1 em Mi Maior
Camille Saint-Saëns (1835–1921)
Dança macabra
Marcel Dupré (1886–1971)
Prelúdio e fuga em sol menor op. 7
Maurice Ravel (1875–1937)
Toccata
Vincent Dubois (n. 1980)
Improvisação
NOTAS AO PROGRAMA
Abrimos com duas obras emblemáticas de Johann Sebastian Bach (1685–1750): a poderosa Passacaille e fuga em dó menor BWV 582, que revela a monumentalidade e complexidade do barroco alemão, e o sereno Coral “Wachet auf, ruft uns die Stimme” BWV 645, uma das melodias mais conhecidas do repertório organístico.
Segue-se o romantismo francês com o Coral n.º 1 em mi maior de César Franck (1822–1890), onde a harmonia densa e a expressividade introspectiva criam um ambiente contemplativo, e a vibrante e dramática Dança macabra de Camille Saint-Saëns (1835–1921), obra que combina elementos de fantasia e teatralidade.
De seguida, o virtuosismo técnico e a riqueza contrapontística do século XX são exemplificados no Prelúdio e fuga em sol menor op. 7 de Marcel Dupré (1886–1971), enquanto a Tocata de Maurice Ravel (1875–1937) destaca-se pela sua energia rítmica e modernidade sonora.
O programa termina com uma improvisação de Vincent Dubois, momento em que o intérprete cria música espontânea, dando vida à longa tradição francesa de improvisação ao órgão, unindo técnica e criatividade num gesto único e efémero.
Este concerto é uma celebração da história, da técnica e da versatilidade do órgão, bem como do papel fundamental que o instrumento desempenha na vida cultural da Igreja de Cedofeita.